A importância de se manter a documentação do paciente pode auxiliar plenamente na identificação de cadáveres em vários tipos de sinistros. observe neste caso que a panorâmica da documentação ortodôntica auxiliou na identificação.
- Um indivíduo foi encontrado carbonizado no interior de um automóvel incendiado. Devido à destruição generalizada dos tecidos moles, a identificação da vítima pela análise das impressões digitais não foi possível. Durante as investigações foi descoberto que a suposta vítima tinha feito tratamento dentário e toda a documentação produzida em decorrência deste tratamento (ficha clínica e radiografias) foi requisitada. Confrontando as informações presentes na documentação dentária com as particularidades odontológicas do cadáver foram obtidos 11 pontos relevantes de coincidência que foram suficientes para afirmar, com fundamento técnico-científico, que o corpo encontrado no veículo era realmente pertencente à pessoa desaparecida. Conclusão: Considerando a particularidade do processo que envolve a identificação de corpos carbonizados, a técnica de identificação odontolegal ainda apresenta vantagens em relação ao exame de DNA, tais como baixo custo, facilidade e rapidez na aplicação da técnica e confiabilidade dos resultados obtidos
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(ctrl+c da página do professor Gilberto Carvalho)
- breve histórico da odontologia legal.
1897 - Incêndio na Ópera Cômica de Paris ("Bazar de la Charité"), resultando na morte e carbonização de, aproximadamente, uma centena de pessoas. A identificação de diversas vítimas (cerca de 90%) somente foi possibilitada pela análise dos elementos dentais.
1903 - Estudo de Amoedo discursando sobre a importância dos dentes após a morte, sob o aspecto médico-legal.
1909 - Incêndio criminoso no Consulado da Legação Alemã em Santiago, no Chile. O cirurgião-dentista Germán Valenzuela de Basterrica determinou cientificamente a identidade de um carbonizado favorecendo a resolução do caso.
1912 - Naufrágio do Titanic determinando o falecimento de 1.513 pessoas. A análise das arcadas dentárias permitiram o reconhecimento de muitas vítimas.
1972 - Sognnaes determinou a identidade de Martin Bormann, chanceler do Terceiro Reich alemão durante a II Guerra Mundial, através de comparação com os registros do Dr Hugo Blaschke, então dentista dos nazistas dos altos escalões.
1973 - Incêndio no Hotel Hafnia, em Copenhague, ocasionando 35 mortes. Oito dentistas colaboraram equipe de identificação, comparando os dados ante-mortem e post-mortem através de análises visuais, fotográficas e radiográficas. Foi possível o reconhecimento de 74% das vítimas (26 casos).
1983 - Bernstein dissertou sobre a relevância da utilização de fotografias para a acurácia da documentação odontológica post-mortem, justificada pelo fato das evidências dentais, a despeito de sua resistência, serem compostas de materiais perecíveis.
1985 - Endris descreveu o emprego dos conhecimentos odontolegais no auxílio do reconhecimento do carrasco nazista Josef Mengele a partir de uma ossada suspeita.
1990 - Ocorre um dos maiores acidentes navais da história, o do Scandinavian Star, vitimando 158 pessoas. Os exames dentário viabilizaram o reconhecimento de 107 corpos (68%).
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
Oliveira RN et al. Contribuição da odontologia Legal para a Identificação "Post-mortem". RBO - Rio de Janeiro. v.55, n. 2, p. 117-122, 1998.
Vanrell JP. Conceitos e Noções Históricas em Odontologia Legal. In: Vanrell JP et al. Odontologia Legal e Antropologia Forense. 1a. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A.; 2002.
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